Cover x Autoral
No entanto, apesar da vantagem de estar representando uma banda já consagrada, a banda cover, em si, tem que provar diante o público que é competente para cobrir aquele artista. E isso, em si, são para poucas.
Acontece que, além de precisar possuir competência musical para tocar o barco, a banda autoral precisa se desdobrar em estratégias de marketing, administração de produtos e etc. O que se torna um acúmulo de atividades para pessoas que não estão recebendo metade do reconhecimento dos seus amigos Cover, tampouco metade da grana e ainda precisam fazer atividades (na maioria empregos formais) por fora para injetar combustível financeiro do projeto.
Acredito que o Regis deveria avaliar melhor a forma como o Baron ataca determinados assuntos, sobretudo quando se está trazendo situações que envolvam bandas iniciantes. O Paulo Baron é um excelente profissional e disso não se tem dúvida, entretanto é um cara que desconhece aquele temido cenário underground, desconhece a realidade que se vive nesta selva em que poucos dão uma mísera atenção e parece que a todo momento quer justificar suas ações no mercado musical, como por exemplo, o fato de introduzir no Brasil o critério de a banda pagar para abrir shows de bandas maiores. Participaram também o Felipe Andreoli (Angra, 4Action e Kiko Loureiro), o Silvano Brancati (proprietário do Manifesto Rock Bar) e o Paul Martins (KISS FM).
Eu gosto de ver esse tipo de debate e discussão, mas não me levem a mal? Em dado momento, pareceu-me um julgamento onde os réus não tinham defesa. Promotores e advogados de parte autora culpando os réus (bandas autorais), por todos os seus insucessos, ante um juiz que até tentou inquirir, mas logo se dobrou em prol da parte autora. No mais, há muito de produtivo de se absorver do debate. De verdade.
Outro ponto que me incomoda é a generalização que mídia e público fazem das bandas autorais que estão na parte baixa da tabela. Falam das bandas como se todas agissem da mesma maneira, como se tivessem a mesma postura e a mesma atitude. Isso fere quem está trabalhando sério, nivela estas pessoas com outras que encaram o meio musical apenas como uma curtição de final de semana. Isso está errado demais.
Ainda sobre a questão do investimento e toda a história que tentam fazer as bandas engolir sobre aposta, fico me perguntando o porquê desse enredo não servir para as duas vias. Por que só as bandas precisam fazer uma aposta? Por que só as bandas precisam investir pra ontem, vender até posses para gravar um disco? Uma casa, uma produtora, não faz um trabalho de pesquisa? Não se aprofunda nos subúrbios através da internet, com a facilidade que nos dá, para buscar quem esteja fazendo um bom trabalho e oportunizar isso? Mais uma vez, não se deve generalizar as bandas autorais, não se deve generalizar as bandas undergrounds. Não se entra numa aposta sozinho. Se uma banda está apostando em algo, é porque há outros envolvidos. Vale ressaltar que se uma casa precisa de grana para fechar as contas no final do mês, uma banda precisa também de grana para sobreviver.
Eu não esqueci e trarei um post falando apenas a respeito das bandas autorais. Mas quero saber da sua opinião. Comente aí ou nas páginas Terry Painkiller e Terry Painkiller Legacy.
Abraços.
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