Pandemia

Em meio ao período de quarentena, muita gente vem fazendo brincadeiras, outros ignorando e uma parcela que encara com seriedade a situação. Engraçado como o ser humano - e sobretudo o brasileiro - se comporta ante determinadas situações.

“Tudo depende do ponto de vista” – já disseram muitos pensadores. Aquela velha história do copo pela metade estar meio cheio ou meio vazio é um dos exemplos que caracterizam o famigerado ponto de vista. Mas minha reflexão acerca do ponto de vista vem para uma observação, baseada no Senso Comum, sobre o pessoal que frequenta ambientes semelhantes aos meus.

Tecnologia

A tecnologia pode ser enquadrada numa reflexão acerca do ponto de vista. Suas inovações mudam comportamentos, moldam gerações, criam paradigmas. É impressionante o que o avanço tecnológico pode representar na vida de todos nós, como indivíduos e como grupos em sociedade. Para quem está na faixa dos 30 ou 40 anos de idade, vez ou outra se depara com postagens e memes comparando a infância com o período atual.

Redes Sociais

As redes sociais foram um avanço tecnológico de fato. Pensar, numa década de 70 da vida, que você poderia conversar com pessoas de outro país, a custo ridículo, à sua conveniência, seria digno de insânia. No entanto, hoje as redes sociais mostram que nada mais são que uma ferramenta, podendo ser utilizada para o bem, quanto para o mal, tanto para ajudar, quanto para atrapalhar. Além disso, elas ganharam o poder de gerar tendência.

E aqui não vem um texto de um especialista da área. Definitivamente eu parto para o meu Senso Comum para abordar essa reflexão. A partir do momento que a quarentena foi pedida à população, Facebook, Twitter, Instagram e outros mais tiveram seus usos catapultados. As pessoas passaram a encher a feed de conteúdo, muitos deles bizarros – e eu estou nesse grupo também – e poucos com séria veracidade.


“Sextou”?

Porém eu gostaria de chamar atenção para a galera “rolezeira” – que termo mais Malhação –, que fatalmente lamenta o fato de não poder garantir uma noite de sexta ou sábado.

Realmente, para quem não vive sem um bar ou um ambiente mais “vivo”, é inquietante essa situação. Mas com um pouco de observação, vem-se o questionamento. Será que estão lamentando o fato de não poderem estar na rua, ou lamentam o fato de não fotografarem ou filmarem momentos na rua, com o fito de escolher legendas e angariar mais “Capital” nesse mundo dos Likes? Longe de generalizar, até porque ainda há muita gente que só quer ouvir uma música, distrair com uma bebida e conhecer pessoas de verdade.


Tato

Penso muito nisso justamente porque são poucas pessoas em que consigo ter uma conversa, sem que a mesma recorra todo tempo ao Smartphone, seja para percorrer a feed do Facebook com o dedo, como um hábito já inato, seja para interromper conversas a fim de mostrar algo que está passando na sua feed. Uma pandemia global, onde poucos se preocupam em evitar ser infectado, porque esta parece não ter cura.

O que eu levo de lição dessa quarentena é a necessidade de valorizarmos mais as relações reais, físicas. Já basta a fragmentação da nossa sociedade, que descobriu política depois dos 20 centavos e acabou encarando tudo como um clássico de futebol estadual na década de 90. Viver sob a famigerada zona de conforto das telas de 4” ou 5”, que seja, não é lá uma maneira muito inteligente de se viver a vida, ainda que os ditos inteligentes prefiram hoje o conforto da web ao calor de uma relação humana.

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